Pra quem não sabe, no dia de ontem, quando do apito final do árbitro Rafael Traci, Afonso Vitor de Oliveira completou o décimo campeonato parananense no comando da presidência da comissão de arbitragem da Federação Paranaense de Futebol. A primeira comissão de arbitragem foi formada no final do ano de 2005, época em que o futebol paranaense atravessava um momento de turbulência, ainda sob o comando de Onaireves Nilo Rolim de Moura, de triste memória.
Naquela época, o que mais se ouvia eram denúncias contra tudo e contra todos, principalmente contra a arbitragem paranaense. Ser árbitro de futebol no Paraná era sinônimo de vergonha, pra não dizer outra coisa. Internamente todos sabiam que a quase totalidade era composta de pessoas sérias e comprometidas com o futebol. Mas havia um pequeno grupo de pessoas que usavam a arbitragem para proveito próprio. Após a corajosa denúncia capitaneada por Evandro Roman, uns foram condenados, outros eliminados, e ainda uma minoria que contou com a sorte para sair de fininho pelas porta dos fundos, como se nada tivesse acontecido. Não tenho dúvidas que o convite para Afonso Vitor de Oliveira era uma tentativa de buscar alguma credibilidade no setor. E foi assim que tudo começou na nova realidade do futebol paranaense.
Naquela época, o que mais se ouvia eram denúncias contra tudo e contra todos, principalmente contra a arbitragem paranaense. Ser árbitro de futebol no Paraná era sinônimo de vergonha, pra não dizer outra coisa. Internamente todos sabiam que a quase totalidade era composta de pessoas sérias e comprometidas com o futebol. Mas havia um pequeno grupo de pessoas que usavam a arbitragem para proveito próprio. Após a corajosa denúncia capitaneada por Evandro Roman, uns foram condenados, outros eliminados, e ainda uma minoria que contou com a sorte para sair de fininho pelas porta dos fundos, como se nada tivesse acontecido. Não tenho dúvidas que o convite para Afonso Vitor de Oliveira era uma tentativa de buscar alguma credibilidade no setor. E foi assim que tudo começou na nova realidade do futebol paranaense.
Só para que se tenha uma ideia, a arbitragem paranaense não tinha sequer uniforme para seus membros. Cada árbitro comprava sua camisa e tentava no mínimo combinar as cores com os colegas escalados, sendo que as vezes nem isso acontecia. Literalmente terra arrasada. Em 2006, iniciou-se a reconstrução da arbitragem paranaense, cuja imagem no território nacional era a pior possível.
O primeiro trabalho da nova comissão era separar o joio do trigo. Por incrível que possa parecer, algumas figurinhas carimbadas ainda insistiam em querer continuar apitando futebol no Paraná, como se fosse um quadro negro que pudesse ser apagado sem deixar vestígios. Teve cara de pau aparecendo em dia de teste físico como se fosse um desconhecido. Outros ligavam com as mais absurdas justificativas implorando por nova oportunidade. O primeiro triênio foi de muita observação. Os membros da comissão se dividiam em viagens pra cima e pra baixo objetivando observar o maior número de profissionais, recebendo ZERO reais pelo trabalho desenvolvido. Felizmente, o Paraná contava com alguns árbitros experientes que deram o sustentáculo necessário nesse período inicial. Chegou 2008, nova presidência na FPF e somente o departamento de árbitros não foi renovado. Reconhecimento da seriedade do trabalho.
Já em 2009, por intermediação do árbitro e professor Evandro Rogério Roman, a Associação Profissional dos Árbitros de Futebol - APAF, conseguiu firmar seu primeiro contrato de patrocínio com a Faculdade Assis Gurgacz - FAG, envolvendo entrega de uniformes, pagamento de toda despesa da pré temporada e ainda uma soma em dinheiro para a APAF. Até hoje continua como parceira da arbitragem paranaense.
A partir de 2009, as pré temporadas passaram a fazer parte do calendário anual dos árbitros do Paraná. Praticamente todos os instrutores brasileiros visitaram nosso Estado e deram sua parcela de contribuição, alguns de nível internacional como o português Vitor Pereira. Já havia padronização, com os árbitros atuando uniformizados e com bandeira eletrônica obrigatória em jogos profissionais. Hoje pode parecer pouco mas na época era uma conquista. Posteriormente vieram os comunicadores que até hoje são utilizados.
Em 2009, informalmente havia uma classificação, mas não de direito. A comissão tinha uma visão clara daqueles que poderiam trabalhar ou não em jogos profissionais. A partir de 2010 houve uma reestruturação na formação dos árbitros de futebol do Estado. Criou-se a Escola de Árbitros Victor Marcassa, em homenagem a esse grande apitador, sendo seu primeiro diretor Cândido Hartmann. Foi um marco de grande contribuição para a arbitragem paranaense.
Ainda em 2010, como a FPF não dispunha de estrutura física para esse encargo, buscou parceria com a Universidade Federal do Paraná para realização do curso de formação de árbitros de futebol, fundamental para renovação do quadro local. No primeiro curso realizado, exigiu-se curso superior (concluído ou cursando), além da limitação etária, e graças a boa seleção promovida por seu diretor, surgiram excelentes profissionais que hoje despontam no futebol profissional paranaense, alguns deles já integrando o quadro nacional de árbitros, e outros que seguirão o mesmo caminho em futuro breve.
O próximo passo foi dado em 2011 com a primeira regulamentação referente a classificação dos árbitros do Estado do Paraná, mediante a criação de diversas categorias e o respectivo âmbito de atuação de cada uma. Colocou-se um ponto final na fábrica de sonhos, onde muitos árbitros imaginavam um Atletiba no final de semana mas acabavam num jogo de futebol amador. A partir de então, cada árbitro sabia claramente onde se encontrava e o que deveria fazer para conquistar uma posição mais vantajosa.
Também, criou-se um sistema de acesso e descenso nos moldes desenvolvidos em diversos países europeus, a fim motivar aqueles que buscavam figurar nas categorias superiores, como também evitar o acomodamento daqueles que estavam no topo da pirâmide. Para tanto, foi criado um grupo de observadores, alguns que já não mais participam do processo mas que deverão ser eternamente lembrados pois, apesar de suas limitações, foram fundamentais no processo de avaliação.
Com o passar dos anos, esse sistema acabou naturalmente filtrando os melhores e formando um grupo de elite de árbitros e assistentes. Com os observadores não foi diferente. Ocorre que após saída dos árbitros e assistentes FIFA de nosso estado, coincidentemente no mesmo ano, muitos se perguntavam se haveria material humano qualificado para preencher a lacuna deixada. Com todo respeito a Evandro Rogério Roman, Heber Roberto Lopes e Roberto Braatz, cujos talentos fariam falta a qualquer federação, suas saídas acabaram acelerando o processo e beneficiaram muitos profissionais da arbitragem paranaense que aguardavam ansiosos por uma oportunidade.
Essa transição ocorreu sem maiores problemas, e hoje a arbitragem paranaense não fica a dever nada para qualquer outra federação brasileira, dentro dos padrões da arbitragem brasileira. Ao longo desses 10 anos não me recordo de um único título parananense decidido com erros de arbitragem. Sequer nos jogos eliminatórios que antecederam o jogo decisivo. As polêmicas podem ser contadas nos dedos de uma única mão.
Seguindo a escrita, tivemos novamente uma ótima arbitragem no jogo de encerramento do campeonato paranaense de 2015, envolvendo Coritiba e o Operário de Ponta Grossa. Tecnicamente a arbitragem acertou na quase totalidade das decisões, com pequenos erros totalmente desprezíveis. Disciplinarmente falhou apenas em não expulsar o atacante Wellington Paulista que deu todos os motivos do mundo para homenagear esse blog com um vermelho direto. Nada que empane o brilho do grande trabalho realizado por toda equipe de arbitragem. Assistentes erro zero. Pra variar, Moisés trabalhou mais e Luciano foi espectador de luxo. Sorte é pra quem tem.
Parabéns Afonso Vitor de Oliveira e todos aqueles que direta ou indiretamente construíram essa bonita história ao longo desses 10 (anos), resgatando a credibilidade da arbitragem paranaense. Amanhã pode passear com seus netos no calçadão de Londrina de cabeça erguida, com o sentimento do dever cumprido.
* A lista de destaques nesse campeonato paranaense é muito grande e prefiro não me arriscar pra evitar injustiças, principalmente com aqueles que não apareceram na telinha.
** Ao Rafael Traci meus cumprimentos e o desejo de muito sucesso nas competições nacionais que se iniciam no próximo final de semana. E que seja eternamente grato a pessoa que sempre acreditou no seu potencial mesmo diante da desconfiança de muitos. Ele se chama José Amaral.
Essa transição ocorreu sem maiores problemas, e hoje a arbitragem paranaense não fica a dever nada para qualquer outra federação brasileira, dentro dos padrões da arbitragem brasileira. Ao longo desses 10 anos não me recordo de um único título parananense decidido com erros de arbitragem. Sequer nos jogos eliminatórios que antecederam o jogo decisivo. As polêmicas podem ser contadas nos dedos de uma única mão.
Seguindo a escrita, tivemos novamente uma ótima arbitragem no jogo de encerramento do campeonato paranaense de 2015, envolvendo Coritiba e o Operário de Ponta Grossa. Tecnicamente a arbitragem acertou na quase totalidade das decisões, com pequenos erros totalmente desprezíveis. Disciplinarmente falhou apenas em não expulsar o atacante Wellington Paulista que deu todos os motivos do mundo para homenagear esse blog com um vermelho direto. Nada que empane o brilho do grande trabalho realizado por toda equipe de arbitragem. Assistentes erro zero. Pra variar, Moisés trabalhou mais e Luciano foi espectador de luxo. Sorte é pra quem tem.
Parabéns Afonso Vitor de Oliveira e todos aqueles que direta ou indiretamente construíram essa bonita história ao longo desses 10 (anos), resgatando a credibilidade da arbitragem paranaense. Amanhã pode passear com seus netos no calçadão de Londrina de cabeça erguida, com o sentimento do dever cumprido.
* A lista de destaques nesse campeonato paranaense é muito grande e prefiro não me arriscar pra evitar injustiças, principalmente com aqueles que não apareceram na telinha.
** Ao Rafael Traci meus cumprimentos e o desejo de muito sucesso nas competições nacionais que se iniciam no próximo final de semana. E que seja eternamente grato a pessoa que sempre acreditou no seu potencial mesmo diante da desconfiança de muitos. Ele se chama José Amaral.