No último final de semana tivemos a realização da 10 ª rodada do campeonato paranaense 2015. Acompanhamos as três partidas televisionadas envolvendo as equipes da capital e, salvo um ou outro deslize, as arbitragens foram relativamente boas.
Coritiba x Cascavel
Árbitro: Lucas Paulo Torezin
Assistente 1: André Luiz Severo
Assistente 2: Flávio Augusto Alves
O jovem Lucas Torezin teve uma boa arbitragem. Na parte disciplinar aplicou 8 (oito) advertências, todas de conformidade com as regras do jogo. Especificamente no cartão aplicado ao atleta do Coritiba, Wellington Paulista, demorou demasiadamente, passando a impressão que não advertiria. Ao que tudo indica foi alertado por algum dos componentes da equipe de arbitragem. Menos mal que acertou na tomada de decisão. Tecnicamente se houve bem, com exceção do tiro penal não marcado aos 25 minutos do primeiro tempo, quando o jogador Sorbara esqueceu qual era o esporte e praticou verdadeira jogada de voleibol, cortando a bola com a mão intencionalmente dentro da área penal. Seus assistentes trabalharam a contento com baixo nível de exigência, principalmente em relação a regra 11. Tivemos um lance polêmico daqueles que jamais saberemos se a bola ultrapassou ou não a linha de meta. Esse é o tipo de lance cuja presença de um árbitro assistente adicional resolveria a questão. Digo isso pelas características da jogada, na medida em que a bola foi chutada na direção da meta, lentamente, com tempo suficiente para o árbitro assistente adicional se posicionar adequadamente, concentrar-se na observação final, e decidir com amplas possibilidades de acerto. Outro aspecto didático do referido lance diz respeito ao deslocamento do assistente 1. No momento em que ocorre o lançamento, ele parte em velocidade até o momento em que a bola chega ao atacante, porém, reduz bruscamente no meio da trajetória, buscando a linha do penúltimo defensor. Naquele momento o objetivo era apenas e tão somente a bola. Só então percebe, retoma e tenta chegar a linha de fundo mas a velocidade do lance já não permite chegar na linha de meta. Na minha opinião a bola não ultrapassou totalmente a linha de meta, e portanto acertou o assistente. Mas foi ao acaso, pois da sua posição era impossível um julgamento mais preciso. De vez em quando a sorte deve acompanhar. Não sei se chegaria em perfeitas condições pra julgar, mas se não reduzisse sua velocidade possivelmente conseguiria atingir a bandeira de canto em situação privilegiada. Mas no geral foi um bom trabalho da equipe de arbitragem num jogo normal. Abaixo uma sequência de fotos para que todos tirem suas conclusões.
Árbitro: Rodolpho Toski Marques
Assistente 1: Pedro Martinelli Christino
Assistente 2: João Fábio Machado Brischiliari
Sem a menor sombra de dúvidas foi o jogo mais difícil de ser arbitrado entre os que acompanhamos. Rodolpho Toski Marques manteve sua característica de permitir que o jogo fluísse sem interrupções constantes e desnecessárias. O único cuidado que se faz necessário é de não entrar no jogo com uma meta preconcebida e imaginar que todos os jogos são iguais e cabendo ao árbitro determinar o número de faltas. Em outras palavras, é como se existisse um número mágico que jamais poderá ser ultrapassado. Nesse caso estará aberto o concurso do árbitro que marca menos faltas, colocando em risco de transformar certos jogos em verdadeiro campo de batalha. A quantidade de faltas ao término do jogo deve refletir exatamente o comportamento dos atletas. Cabe ao árbitro diferenciar o que venha a ser contato físico normal de faltoso. Fazendo a leitura adequada a tendência é que esse número seja baixo na média. No Paraná temos exemplos de árbitros que conseguiram reduzir drasticamente a média de faltas inclusive melhorando em muito a qualidade de suas arbitragens. Obviamente que determinadas partidas teremos um número pequeno de faltas. Em outras poderemos ter uma quantidade acima da média. O que não pode é o árbitro tentar segurar na marra. Isso não existe. Mas no geral as interpretações dos lances foram corretas, o que remete ao bom desempenho na parte técnica. Errou ao não consignar um tiro penal a favor do Operário, já ao final da partida, muito embora o atacante tenha valorizado em demasia a infração ao ser empurrado pelo defensor do Paraná. Não interferiu no resultado final da partida o que acaba minimizando para arbitragem. Na parte disciplinar obrigou-se a mostrou diversos cartões amarelos nos últimos minutos da partida, medida totalmente acertada, pois o que mais se via era jogador dividindo e buscando sempre atingir seu oponente de forma violenta. Mesmo assim não houve a necessidade de expulsar ninguém. Os assistentes fizeram um ótimo trabalho, acertando em todas as marcações, principalmente em relação a regra 11.
Atlético PR x Nacional
Árbitro: Fábio Filipus
Assistente 1: Victor Hugo Imazu dos Santos
Assistente 2: Júlio Cesar de Souza Uma excelente atuação do árbitro Fábio Filipus. Claro que o jogo foi de baixíssimo grau de dificuldade, e o placar final de 7 x 0 fala por si só. Não obstante, teve certo trabalho na parte disciplinar com algumas entradas mais duras, obrigando o árbitro a mostrar 7 (sete) cartões amarelos, todos corretamente aplicados. Os assistentes tiveram um bom trabalho apesar da baixa exigência. Selecionei um lance já ao término da partida, que serve de aprendizado para os assistentes não só do futebol paranaense mas de todo território nacional. Não tenho dúvidas de afirmar que o maior problema enfrentado pelos assistentes é conseguir o posicionamento adequado no momento de julgar a infração de impedimento. Invariavelmente quando ocorre o erro do assistente, a imagem mostra que ele se encontra ou mais a frente ou atrás da posição correta. Observem na foto abaixo que o atleta do Nacional já está a frente do penúltimo defensor no momento em que o chute é desferido. Na sequencia da jogada ele tira proveito por estar naquela posição, finaliza, mas o gol acaba não saindo graças a uma excelente intervenção do goleiro do Atlético. Isso acontece em muitos jogos com os assistentes. Por sua vez, notem que via de regra quando os assistentes acertam a indicação de infração de impedimento, seu posicionamento é perfeito. Também não adianta os assistentes se vangloriarem das marcas obtidas nos testes físicos periódicos se não reproduzem no jogo quando se faz necessário. Em síntese, tivemos um ótimo trabalho da equipe de arbitragem, num jogo extremamente fácil.
Face o posicionamento incorreto, o assistente teve a falsa impressão de mesma linha |
Nota - Ontem chegou mais uma grande notícia para a arbitragem paranaense. O assistente FIFA do Paraná, Bruno Boschilia, foi convocado para participar ao lado do mineiro Ricardo Marques Ribeiro e do catarinense Cléber Lúcio Gil, do Campeonato Mundial Sub-20, que será realizado na Nova Zelândia, entre os dias 30 de maio e 20 de junho de 2015. Mas sobre esse jovem talento iremos dedicar todo um post nos próximos dias. Aguardem.
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