Diante dos acontecimentos ocorridos no primeiro jogo envolvendo Londrina e Coritiba, válido pelas semifinais do campeonato paranaense, criou-se muita expectativa em torno do comportamento da arbitragem no jogo de volta. Também, com prognóstico de trabalho árduo para a turma do apito, a outra semifinal disputada em Ponta Grossa, reunindo o Operário e o Foz do Iguaçu. Pra completar, o famigerado torneiro da morte, com duas partidas válidas pela primeira rodada do segundo turno, com destaque para Atlético PR x Rio Branco. Em todas essas partidas tivemos atuações muito boas da arbitragem, legitimando os resultados e passando desapercebido diante da crítica sempre impiedosa. Não acompanhamos Prudentópolis e Nacional porque nenhuma emissora de TV teve a coragem de transmitir esse duelo. Vejamos como foi o desempenho da arbitragem.
ATLÉTICO PR. 1 X 3 RIO BRANCO
Árbitro: Leandro Barros Nunes
Assistente 1: Jefferson Cleiton Piva da Silva
Assistente 2: Fabrício da Silva Martins
O jovem e promissor árbitro tem mostrado que não se assusta por qualquer coisa. Apesar do pouco tempo atuando como árbitro profissional, já demonstra bastante maturidade, agindo em alguns momentos como um verdadeiro veterano dos gramados. Sua personalidade forte imprime um respeito natural dos atletas, sem a necessidade de mostrar cartões por eventuais protestos contra marcações. Inteligente, mostrou muita convicção nas tomadas de decisões, arrefecendo os ânimos até daqueles que reclamam pelo simples hábito de reclamar. E pelas circunstâncias da partida, onde a equipe tida como pequena abriu 3 x 0 no primeiro tempo, o jogo que se antevia como relativamente tranquilo, transformou-se de média exigência para arbitragem, marcada pelo nervosismo que tomou conta de todos os atletas e funcionários oficiais do Atlético PR, pressionados pela sua fanática torcida. Alheio a tudo isso, o árbitro manteve-se firme, controlando a partida e não se deixando atingir pelo clima do jogo. Essa virtude é fundamental para o sucesso do árbitro, pois muitos acabam fraquejando diante da pressão incessante, mesmo sendo pessoas honestas. Cedem por serem fracos psicologicamente. Tecnicamente teve uma arbitragem impecável, com duas decisões importantes relativas a marcação de dois tiros penais. Ambos existiram. Na parte disciplinar alguns pequenos reparos. Nem todo tiro penal é passível de punição disciplinar. No tiro penal assinalado a favor do Rio Branco, o defensor do Atlético PR dá uma rasteira no adversário, imprudente, típica conduta antidesportiva, mas que não deveria redundar em advertência. Por outro lado, o cartão amarelo apresentado ao defensor do Rio Branco, que toca intencionalmente com a mão na bola dentro da área, foi aplicado corretamente. As imagens não permitem decifrar se a bola tinha direção certa para a meta. Nesse caso seria cartão vermelho por impedir um gol com a mão. Mas entendo que o amarelo ficou de bom tamanho. Também cometeu o erro que vem sendo repetido sistematicamente por alguns árbitros. No segundo tempo, por volta dos 12 minutos, o zagueiro Gustavo do Atlético é ultrapassado e segura o adversário por motivo tático, impedindo de obter a posse da bola. Lance típico de conduta antidesportiva merecedora de cartão amarelo. Nesse caso não interessa a gravidade da falta, até porque segurar o adversário está entre as três faltas passíveis de punição com tiro livre direto que independem da maneira como foram cometidas (maneira imprudente, temerária ou com uso de força excessiva). Levou uma bolada básica por se posicionar na linha de tiro. Se for possível se desgarrar antes vá; do contrário pare pra retomar o deslocamento após o passe. Seus assistentes tiveram um desempenho a altura. Podem anotar: Jefferson Cleiton Piva da Silva. Será um dos grandes assistentes do futebol paranaense, quiça brasileiro. Ótima arbitragem num jogo de média dificuldade.
CORITIBA 3 X 0 LONDRINA
Árbitro: Edivaldo Elias da Silva
Assistente 1: Ivan Carlos Bohn
Assistente 2: Victor Hugo Imazu dos Santos
O veterano Edivaldo Elias da Silva, desfilando seu novo corte de cabelo estilo Vitor Belfort, apesar de um tanto combalido, mostrou que é um dos bombeiros de plantão do quadro de árbitros da FPF. Jogo difícil? Disque 45 (DDD de Cascavel) que a solução virá. Neste jogo que se tornou um cemitério pra muitos árbitros e assistentes parananenses, o experiente apitador mostrou como se amansa um leão. Também mudou seu estilo amiguinho de jogador, pra se impor desde os primeiros minutos, mostrando personalidade, firmeza e tolerância zero com a indisciplina. E foi assim que, mesmo diante de um jogo extremamente difícil, conseguiu manter o controle da partida advertindo todos aqueles que exageraram na dose em lances violentos, ou tentaram colocar em xeque sua autoridade. E sem essa de apitar estilo valsa, "dois pra lá dois prá cá", ficando evidente quando mostrou cartão amarelo ao defensor do Coritiba por atingir de forma temerária o rosto do atleta do Londrina e, ato contínuo, advertindo o goleiro do Coritiba que partiu pra tirar satisfações. E já era o terceiro somente para a equipe mandante. E pouco importava os apupos da torcida pois manteve-se imudável no restante do primeiro tempo. No segundo tempo, com dois gols relâmpagos do Coritiba, a equipe do Londrina se abateu em campo e isso de certa forma acabou facilitando um pouco a condução da partida. Mas nem isso fez com que o árbitro perdesse a concentração, num eventual relaxamento natural, depois de um primeiro tempo em que foi muito exigido. Tecnicamente foi quase perfeito com dois pequenos erros em lances de tiros de canto marcados indevidamente. Ambos foram tiro de meta. Disciplinarmente teve um ou outro cartão exagerado e um ou outro que foi sonegado. Nada que desabone sua ótima arbitragem ao longo da partida. Seus assistentes tiveram uma participação muito boa, sendo o assistente 2 um pouco mais exigido. O lance mais difícil do assistente 1 foi o quase carrinho que levou, mostrando que apesar da vasta cabeleira prateada ainda continua com os reflexos bem apurados, ao contrário do árbitro que literalmente matou no peito um ataque do Coritiba. Acidente de trabalho. Ótimo trabalho da equipe de arbitragem num jogo que considero difícil.
O veterano Edivaldo Elias da Silva, desfilando seu novo corte de cabelo estilo Vitor Belfort, apesar de um tanto combalido, mostrou que é um dos bombeiros de plantão do quadro de árbitros da FPF. Jogo difícil? Disque 45 (DDD de Cascavel) que a solução virá. Neste jogo que se tornou um cemitério pra muitos árbitros e assistentes parananenses, o experiente apitador mostrou como se amansa um leão. Também mudou seu estilo amiguinho de jogador, pra se impor desde os primeiros minutos, mostrando personalidade, firmeza e tolerância zero com a indisciplina. E foi assim que, mesmo diante de um jogo extremamente difícil, conseguiu manter o controle da partida advertindo todos aqueles que exageraram na dose em lances violentos, ou tentaram colocar em xeque sua autoridade. E sem essa de apitar estilo valsa, "dois pra lá dois prá cá", ficando evidente quando mostrou cartão amarelo ao defensor do Coritiba por atingir de forma temerária o rosto do atleta do Londrina e, ato contínuo, advertindo o goleiro do Coritiba que partiu pra tirar satisfações. E já era o terceiro somente para a equipe mandante. E pouco importava os apupos da torcida pois manteve-se imudável no restante do primeiro tempo. No segundo tempo, com dois gols relâmpagos do Coritiba, a equipe do Londrina se abateu em campo e isso de certa forma acabou facilitando um pouco a condução da partida. Mas nem isso fez com que o árbitro perdesse a concentração, num eventual relaxamento natural, depois de um primeiro tempo em que foi muito exigido. Tecnicamente foi quase perfeito com dois pequenos erros em lances de tiros de canto marcados indevidamente. Ambos foram tiro de meta. Disciplinarmente teve um ou outro cartão exagerado e um ou outro que foi sonegado. Nada que desabone sua ótima arbitragem ao longo da partida. Seus assistentes tiveram uma participação muito boa, sendo o assistente 2 um pouco mais exigido. O lance mais difícil do assistente 1 foi o quase carrinho que levou, mostrando que apesar da vasta cabeleira prateada ainda continua com os reflexos bem apurados, ao contrário do árbitro que literalmente matou no peito um ataque do Coritiba. Acidente de trabalho. Ótimo trabalho da equipe de arbitragem num jogo que considero difícil.
OPERÁRIO 2 X 0 FOZ DO IGUAÇU
Árbitro: Rafael Traci
Assistente 1: Moisés Aparecido de Souza
Assistente 2: Marcelo Sales Correa
No fechamento da rodada, Rafael Traci ratificou sua escolha para esse jogo. Foi uma arbitragem que beirou a perfeição. Contou com a colaboração dos atletas que realizaram um jogo extremamente leal, o que resultou em poucas faltas e algumas advertências pontuais. Coloco entre as três melhores arbitragens que presenciei no atual campeonato paranaense, o que lhe confere o direito de brigar por uma vaga no sorteio das finais. Foi muitíssimo bem tanto na parte técnica como na parte disciplinar. Fisicamente também demonstrou preparo adequado e, principalmente, está conseguindo manter a silhueta adequada para um árbitro de futebol. O único equívoco foi num lance em que o atleta do Foz do Iguaçu é agarrado pela camisa dentro da área penal, com a bola em jogo, portanto, tiro penal não marcado. Já vi camisa rasgada mas como essa do atleta do Foz jamais. Não sobrou tecido nem pra usar como pano de chão. Obviamente que esse lance isolado e único ao longo dos 90 minutos, que via de regra é de difícil percepção no campo de jogo, não tira o brilho da grande atuação do árbitro. E foi graças a esse lance que o experiente Edson Bastos acabou sendo expulso ao dizer que enviaria a camisa ao árbitro pra guardar de recordação. Se poderia interferir ou não na sequencia do jogo ficará sempre no campo hipotético. Outro aspecto importante diz respeito aos procedimentos quando o atleta saiu do campo de jogo para trocar a camisa. Como o roupeiro demorava a vir com a nova camisa 3, tentou o atleta retornar com a camisa disponível no momento de número 13, cedida por um suplente. Ao tentar vestir ficou claro que o quarto árbitro disse ao atleta que não poderia usá-la. Pergunto: e se não tivesse outra camisa nº 3? Nesse caso o atleta não poderia mais participar do jogo? Obviamente que se for possível substituir com o mesmo número sempre será a melhor solução. Porém, não havendo uma camisa substituta, pode o atleta retornar utilizando outro número sem problemas. Apenas deve o árbitro ser orientado sobre esse fato para que considere como sendo o número 3 que permanece em campo, independentemente do novo número que venha a utilizar. Há muitos anos atrás, num jogo envolvendo Coritiba e Juventude, os uniformes principais e reservas de ambas as equipes eram tão parecidos que o árbitro teve como única alternativa pedir a equipe do Juventude, visitante, que atuasse utilizando um colete por cima. Isso se chama bom senso e capacidade para resolver problemas cuja solução nem sempre está no livro de regras. Pra finalizar, os assistentes também tiveram um ótimo desempenho, destaque para o belo salto de Moisés Aparecido evitando um verdadeiro strike do assistente 1. Excelente arbitragem num jogo de média dificuldade.
No fechamento da rodada, Rafael Traci ratificou sua escolha para esse jogo. Foi uma arbitragem que beirou a perfeição. Contou com a colaboração dos atletas que realizaram um jogo extremamente leal, o que resultou em poucas faltas e algumas advertências pontuais. Coloco entre as três melhores arbitragens que presenciei no atual campeonato paranaense, o que lhe confere o direito de brigar por uma vaga no sorteio das finais. Foi muitíssimo bem tanto na parte técnica como na parte disciplinar. Fisicamente também demonstrou preparo adequado e, principalmente, está conseguindo manter a silhueta adequada para um árbitro de futebol. O único equívoco foi num lance em que o atleta do Foz do Iguaçu é agarrado pela camisa dentro da área penal, com a bola em jogo, portanto, tiro penal não marcado. Já vi camisa rasgada mas como essa do atleta do Foz jamais. Não sobrou tecido nem pra usar como pano de chão. Obviamente que esse lance isolado e único ao longo dos 90 minutos, que via de regra é de difícil percepção no campo de jogo, não tira o brilho da grande atuação do árbitro. E foi graças a esse lance que o experiente Edson Bastos acabou sendo expulso ao dizer que enviaria a camisa ao árbitro pra guardar de recordação. Se poderia interferir ou não na sequencia do jogo ficará sempre no campo hipotético. Outro aspecto importante diz respeito aos procedimentos quando o atleta saiu do campo de jogo para trocar a camisa. Como o roupeiro demorava a vir com a nova camisa 3, tentou o atleta retornar com a camisa disponível no momento de número 13, cedida por um suplente. Ao tentar vestir ficou claro que o quarto árbitro disse ao atleta que não poderia usá-la. Pergunto: e se não tivesse outra camisa nº 3? Nesse caso o atleta não poderia mais participar do jogo? Obviamente que se for possível substituir com o mesmo número sempre será a melhor solução. Porém, não havendo uma camisa substituta, pode o atleta retornar utilizando outro número sem problemas. Apenas deve o árbitro ser orientado sobre esse fato para que considere como sendo o número 3 que permanece em campo, independentemente do novo número que venha a utilizar. Há muitos anos atrás, num jogo envolvendo Coritiba e Juventude, os uniformes principais e reservas de ambas as equipes eram tão parecidos que o árbitro teve como única alternativa pedir a equipe do Juventude, visitante, que atuasse utilizando um colete por cima. Isso se chama bom senso e capacidade para resolver problemas cuja solução nem sempre está no livro de regras. Pra finalizar, os assistentes também tiveram um ótimo desempenho, destaque para o belo salto de Moisés Aparecido evitando um verdadeiro strike do assistente 1. Excelente arbitragem num jogo de média dificuldade.
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