Com a realização da partida envolvendo Malucelli x Foz do Iguaçu, tivemos a definição dos quatro semifinalistas que brigam pela conquista do título de campeão paranaense de 2015. Acompanhamos os jogos Coritiba x Cascavel e Operário x Paraná. Também, Nacional x Atlético valendo pelo torneio da morte que indicará as duas equipes rebaixadas para segunda divisão. Diria que até aqui ninguém pode colocar na conta da arbitragem eventual desclassificação. Com uma outra exceção, a grande maioria dos jogos da competição foram bem conduzidos dentro do padrão brasileiro de arbitragem. Vejamos como foi o desempenho da turma do apito.
Coritiba x Cascavel
Árbitro: Leonardo Sigari Zanon
Assistente 1: Ivan Carlos Bohn
Assistente 2: Felipe Gustavo Schmidt
O jovem e promissor árbitro pegou a grande moleza da rodada. Desde os primeiros minutos do jogo ficou claro que o Cascavel não tinha maiores pretensões neste jogo, atuando apenas para cumprir o compromisso, restando claro que a derrota em casa por 3 x 1, no jogo de ida, derrubou o ânimo da serpente. E com o tiro penal marcado e convertido nos primeiros minutos de jogo, ficou ainda mais fácil a condução da partida. Diga-se de passagem, o tiro penal foi muito bem marcado, como também a punição disciplinar com advertência. O árbitro seguiu o jogo todo decidindo de forma correta. Não tenho dúvidas da capacidade de Leonardo Zanon. Só deixará de ter sucesso na arbitragem se descuidar da parte física. Só mais um conselho. Preencher a súmula com calma, sem rasuras e de preferência com uma letra que permita uma leitura sem esforço hercúleo pra tentar entender o texto. Agindo dessa forma, não correrá o risco de ser chamado ao Tribunal pra traduzir aquilo que escreveu. Hieróglifos são para os egípcios. Saudades do caderno de caligrafia. Os assistentes tiveram um bom desempenho, apesar da pouca exigência. Entendo que o assistente 2 errou na marcação de uma infração de impedimento no segundo tempo do jogo quando o atleta do Coritiba ficaria cara a cara com o goleiro. Na imagem congelada o defensor dava condições. Nada que altere o preço do dólar, muito menos o destino dessa partida. Apesar da extrema facilidade, tivemos um ótimo trabalho da equipe de arbitragem.
Operário x Paraná Clube
Árbitro: Felipe Gomes da Silva
Assistente 1: Victor Hugo Imazu dos Santos
Assistente 2: Julio Cesar de Souza
Dos jogos que assisti foi certamente o de maior dificuldade para a arbitragem. Os jogos do Operário, seja fora dos seus domínios ou no Germano Kruguer em Ponta Grossa, estão sendo marcados pela qualidade do espetáculo, mas também por alguns excessos nas disputas entre os atletas. Talvez o técnico do Operário, da escola gaúcha, trabalhe muito os jogadores para essa disputa intensa por espaço e pela bola. Até aí perfeito. Mas o que tenho percebido é que em alguns momentos estão passando da conta. Neste jogo especificamente, o que teve de tentativa de agressão entre os atletas foi uma grandeza. Toda bola alçada na área o que mais se via era agarra agarra, tentativa de se soltar e mãos e braços buscando atingir o adversário violentamente. Acho inclusive que o árbitro deveria ter mandado para o chuveiro um de cada lado já nas primeiras investidas. Era pura conduta violenta. E nessa caso a tentativa é suficiente. Porém, a medida que o jogo foi transcorrendo e principalmente pela larga vantagem do time da casa, os ânimos foram arrefecendo e a condução da partida tornou-se mais tranquila. As advertências aplicadas foram corretas. Na parte técnica o árbitro teve um desempenho muito bom. Os assistentes tiveram uma ótima participação. Jogo difícil com bom trabalho da arbitragem.
Nacional x Atlético PR
Árbitro: Paulo Roberto Alves Junior
Assistente 1: Arestides Pereira da Silva Junior
Assistente 2: Leandro Luiz Zeni
Como a televisão segue os considerados grandes clubes, priorizando a audiência e não o espetáculo, ninguém pode acompanhar pela TV Malucelli e Foz do Iguaçu, que brigavam por uma vaga na semifinal do campeonato parananense. No mesmo horário Nacional e Atlético Parananense travavam batalha em Rolândia para ver quem se mantém na elite do futebol parananense. Assistimos a esse jogo até o final mais em respeito a turma do apito, pois do contrário teria colocado o controle remoto pra funcionar antes dos 15 minutos do primeiro tempo. Jogo tecnicamente sofrível, num gramado ruim e de pequenas dimensões, com iluminação precária (e olha que a TV compensa em parte). Normalmente quando o jogo é muito fraco, a tendência é de colocarem todos na vala comum. Mas nesse caso a arbitragem foi o que se salvou nesse circo dos horrores. Se excluirmos um tiro de meta mal marcado com 1 minuto de jogo (lance do assistente 1 pelo campo visual) e um tiro de meta mal marcado nos últimos minutos de jogo (lance do árbitro), no mais a arbitragem passou sem erros na parte técnica. Na parte disciplinar, um único cartão amarelo em lance de falta tática, onde o atacante é seguro pelo defensor para impedir de obter a posse de bola. Conduta antidesportiva clássica. E ficou nisso sem a necessidade de outras sanções disciplinares.O árbitro mostrou que está vivendo um ótimo momento, atuando de forma segura e mantendo o controle do jogo sem grandes contestações por parte dos atletas. Os assistentes tiveram um desempenho muito bom. Ótimo trabalho da equipe de arbitragem num jogo relativamente fácil.
De arremate
Ouvi muito disque me disque sobre gol mal anulado no jogo Maringá x Londrina, exagero em expulsão, etc. Não posso comentar aquilo que não vi. Também não se pode julgar uma arbitragem sem assisti-la na integra pelo contexto do jogo, clima da partida, etc. Porém, após o encerramento da transmissão de Operário e Paraná Clube, acompanhamos ao vivo a disputa de tiros da marca penal para determinação do vencedor. Aí não posso deixar de observar o desconhecimento das regras do jogo e orientações. No círculo central, onde deveria estar apenas o assistente, encontrava-se também o quarto árbitro (deveria continuar a cuidar das áreas técnicas) e o representante da Federação Parananense de Futebol, com sua exuberante bolsa tira colo batendo altos papos com a rapaziada do apito. Na várzea não tem problema algum. Mas em se tratando de futebol profissional é inadmissível. E como ninguém fez nada da equipe de arbitragem, presumo que todos desconhecem a regra neste tópico específico. Como a possibilidade de disputa de tiros penais era previsível, uma leitura no livro pra relembrar não faria mal a ninguém. Como consolo, no dia seguinte a cena se repete no jogo Grêmio x Novo Hamburgo. Apenas o representante da federação gaúcha preferiu assistir a cobrança dos tiros penais do seu local de trabalho.
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