segunda-feira, 27 de abril de 2015

Rodada tranquila

Começaram as decisões no Estado do Paraná. Digo decisões, porque além da grande final entre Coritiba e Operário, tivemos também a primeira partida válida pelo título de campeão do interior, disputa envolvendo Foz do Iguaçu e Londrina, além da briga pela manutenção na principal divisão do futebol do Paraná, no terrível torneiro da morte, que este ano conta com um convidado ilustre, o Atlético Paranaense. Vejamos como foi o desempenho da turma do apito.

PRUDENTÓPOLIS 1 X 4 ATLÉTICO PR.  

Árbitro: Felipe Gomes da Silva
Assistente 1: Diogo Moraes
Assistente 2: Diego Grubba 

O árbitro aspirante a FIFA foi designado para esse jogo que poderia apresentar contornos dramáticos, na medida que envolvia o Prudentópolis jogando sua última cartada pra se manter na primeira divisão, e o Atlético que buscava reabilitação no torneiro fúnebre. Vinha de uma acachapante derrota em casa por 3 x 1 para o Rio Branco de Paranaguá. Na prática o que se viu foi a confirmação de que o Prudentópolis é a pior equipe da competição, sendo goleado em casa por um Atlético de duvidosa qualidade técnica. O carioca Felipe Gomes da Silva teve um bom desempenho no jogo, controlando a partida desde os primeiros momentos e mantendo-se firme ao longo da partida.  Tecnicamente teve uma arbitragem quase perfeita, excetuando-se o lance do primeiro gol do Atlético em que o lateral esquerdo Natanael, antes de dar o passe, ajeitou a bola com a mão, em lance de difícil percepção pela rapidez da jogada.  Na parte disciplinar foi muito bem mas cometeu um pequeno deslize formal. Ao término do primeiro tempo, próximo a entrada dos vestiários, houve algum problema envolvendo um atleta do Atlético e outro do Prudentópolis. Não houve tempo suficiente para que o árbitro  mostrasse o cartão vermelho para ambos ainda dentro do campo de jogo ou arredores. No retorno para o segundo tempo, os dois atletas não voltaram, donde se deduz que foram avisados sobre suas expulsões. Todavia, o árbitro decidiu chamar os dois capitães e por consequência vieram outros atletas na famosa rodinha, oportunidade em que ficou claro que o árbitro, ainda que timidamente e sem convicção, mostrou os cartões para os capitães. Para que não pairem dúvidas, mostrar cartão para os capitães no campo de jogo é do tempo que se amarrava cachorro com linguiça, ou numa expressão bem conhecida do excelente árbitro carioca, nos tempos que DONDON jogava no Andaraí.  Quando não for possível mostrar o cartão vermelho ao atleta porque se evadiu para o túnel, o correto é o árbitro se dirigir aos vestiários, acompanhado de preferência, chamando um funcionário oficial relacionado (técnico, auxiliar técnico), além do capitão da equipe, e simplesmente comunicar o fato, obviamente sem apresentação de cartão. O assistente 1 falhou no trabalho em equipe em dois momentos, sendo um numa cotovelada temerária desferida no rosto do atleta do Atlético, e outra num corte com a mão na bola do zagueiro do Prudentópolis como último recurso. Nesse último  coloco na conta do árbitro também. Assistente 2 teve uma atuação impecável.  Ótima arbitragem num jogo de baixa dificuldade.


OPERÁRIO 2 X 0 CORITIBA

Árbitro: Adriano Milkzvsk
Assistente 1: Bruno Boschillia
Assistente 2: Pedro Martinelli Christino

O experiente árbitro tem se tornado um rei das finais do campeonato paranaense. Neste jogo manteve o padrão com uma atuação tranquila e amplo controle do jogo. Claramente procurou segurar um pouco e valorizar eventuais cartões amarelos, mas nada que viesse a comprometer no aspecto disciplinar. Tecnicamente foi quase perfeito com um ou outro erro de interpretação sem maiores consequências. Exemplo, num dos primeiros lances do ataque do Coritiba que sob minha ótica o atacante domina a bola com a mão. Apenas estranhei a dificuldade do veterano árbitro em encontrar o melhor posicionamento com a bola em jogo, pois em diversos lances literalmente toureou com a bola pra não ser atingido. Numa delas não teve jeito. O maior da partida deu-se na confirmação do primeiro gol do Operário, marcado de forma irregular, pois o atleta que cabeceia encontra-se em posição de impedimento no momento do passe e, portanto,  interfere no jogo. Lance dificílimo que no momento do jogo passou totalmente desapercebido, e somente notei ao assistir um programa de debates à noite, onde aparece o  referido lance em outro ângulo mais lateralizado. Sem querer defender o  assistente 2, falhou num lance que provavelmente 99% dos assistentes também falhariam. Claro que o acerto nesse tipo de lance é sempre o diferencial dos assistentes acima da média. Por sua vez, o assistente 1 teve uma excelente percepção ao indicar infração de impedimento do atacante do Operário que concluiu para gol, justificando o escudo FIFA que ostenta no peito. Muito bom  trabalho da equipe de arbitragem num jogo que considero de média dificuldade. 

FOZ DO IGUAÇU 1 x 1 LONDRINA  

Árbitro: Paulo Roberto Alves Junior
Assistente 1: Rafael Trombeta
Assistente 2: Adair Carlos Mondini

No sábado a noite acompanhamos ao vivo a primeira partida da final do interior. O jovem Paulo Roberto Alves Junior repetiu as grandes atuações ao longo da competição, realizando uma ótima arbitragem num jogo que exigiu mais que os anteriores, tanto no aspecto técnico como no disciplinar. Foi uma arbitragem segura, que soube valorizar as disputas leais pela posse da bola, interferindo minimamente e somente o fazendo quando os  atletas passavam um pouco do limite, sem banalizar o cartão amarelo. Interferiu disciplinarmente somente nos casos em que se fez necessário, sem perder o controle da partida em momento algum.  Foi muitíssimo bem na parte técnica, com três grandes decisões relativas a supostos tiros penais, sendo uma por toque não intencional na mão, outra por eventual carga legal, e ainda um terceiro lance em que o atacante simula uma infração, recebendo corretamente o cartão amarelo.  Seu preparo físico permite dar maior dinâmica ao jogo sem interrupções constantes e desnecessárias, aplicando conceitos de uma arbitragem moderna. Os assistentes tiveram um ótimo desempenho, sem quaisquer erros. Ótima arbitragem num jogo de média dificuldade.

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