terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Árbitros assistentes


Conforme determina a regra 6, aos árbitros assistentes compete auxiliar o árbitro indicando  dentre outras situações:

1) quando a bola sair completamente do campo de jogo;

2) a que equipe pertence o arremesso lateral ou se é tiro de canto ou de meta;

3) quando deverá ser punido um jogador por estar em posição de impedimento;

4) quando for solicitada uma substituição;

5) quando ocorrer alguma infração ou outro incidente fora do campo visual do árbitro;

6) quando forem cometidas infrações que possam ver melhor do que o árbitro (isso inclui, em certas circunstâncias, infrações cometidas dentro da área penal.

7) quando, nos tiros penais, o goleiro se adiantar além da linha de meta antes de a bola ser chutada e se a bola ultrapassar a linha de meta.

Não obstante, com o passar do tempo, ao árbitro assistente foram acrescidas outras responsabilidades, de modo que no momento atual do futebol ele participa ativamente na condução da partida, nas tarefas administrativas e, em especial, naqueles lances que seu posicionamento permite uma melhor visualização.

Assim sendo, nas infrações próximas a linha lateral e favorecidas pelo seu campo de visão, a responsabilidade pela interpretação e marcação, na prática, passou a ser incumbência do árbitro assistente, vindo o árbitro central apenas ratificar suas sinalizações, muito embora a marcação não seja ato vinculado, excetuando-se os casos em que o árbitro estava impedido temporariamente de acompanhar o desfecho do lance.  

Obviamente que a missão precípua do árbitro assistente continua sendo a avaliação dos lances de impedimento. Para os que desejam um maior aprofundamento na função exercida pelo árbitro assistente, basta acessar o livro de regras nas páginas 46/63 e terão de forma pormenorizada preciosos ensinamentos sobre vários aspectos, incluindo colocação dentro de campo nas diversas situações, sinalizações, etc.

Neste espaço gostaríamos de traçar algumas linhas sobre três aspectos que consideramos de vital importância.   A técnica  do deslocamento, a técnica da bandeira e o posicionamento na linha do penúltimo defensor. No que tange ao primeiro, as interpretações das regras e diretrizes passam a seguinte orientação aos árbitros assistentes (pág. 57):

"Como regra geral, os árbitros assistentes estarão de frente para o campo de jogo enquanto se movimentam pela linha lateral. Os movimentos laterais deverão ser usados em distâncias curtas; isso é especialmente importante no momento de julgar as situações de impedimento, e oferecem ao árbitro assistente um melhor campo visual."

Pode parecer simples mas diversos árbitros assistentes, inclusive de nível internacional, encontram enorme dificuldade de se deslocarem no campo de jogo seguindo a orientação acima. Muitos acostumaram a trabalhar alternando pequenos sprints para distância longas e caminhando de costas ou de frente para distâncias pequenas.

Por mais que justifiquem que se sentem confortáveis para atuarem dessa forma, fato é que a técnica adotada é totalmente inadequada, na medida em que focarão os lances de forma distorcida e, via de regra, com visão periférica. Aproveitando o gancho, a esse alcance visual pode ser o grande diferencial dos bons assistentes que conseguem captar com precisão e simultaneamente, o momento exato do passe e a posição do atacante.

E muitos erros já foram detectados quando o árbitro deslocava-se frontalmente em velocidade e no momento que precisou lateralizar o deslocamento acabou perdendo a linha do penúltimo defensor.

Com relação a técnica da bandeira, é visível a conquista de um padrão nacional e internacional obtido ao longo dos anos a através dos inúmeros treinamentos.

Todavia, muitos árbitros assistentes ainda não conseguem concatenar o raciocínio rápido com o movimento adequado, sinalizando as infrações com a mão errada, obrigando-se a corrigir no momento seguinte.

Claro que isso poderá induzir o árbitro ao erro, aplicando uma suposta lei da vantagem,  imaginando, por exemplo, que a indicação da infração, por ser com a mão direita, era favorável ao ataque,  quando na verdade a falta foi cometida pelo próprio atacante. É relembrar o famoso olhe, pense e depois decida. Pura calma nessa hora.

Finalmente, notamos que invariavelmente, o sucesso de muitos árbitros assistentes está diretamente ligado a sua capacidade de se posicionar  corretamente na linha do penúltimo defensor nas indicações ou não de impedimentos. É rotina  percebermos que os erros cometidos pelos árbitros assistentes foram decorrentes de posicionamento inadequado no momento da decisão.

Por outro lado, os acertos sempre são flagrados com a TV mostrando o árbitro assistente exatamente no prolongamento da linha virtual onde se encontrava o penúltimo defensor. Infelizmente, em alguns casos os árbitros assistentes são penalizados indevidamente pela má colocação da linha virtual face o desconhecimento da regra do jogo   pelo técnico responsável por tal  mister.

Pior ainda quando usamos o corte da grama como verdade absoluta, como se o jardineiro fosse infalível. Vida que segue. Dos árbitros assistentes cada vez mais dura.


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